Duas visões, duas pesquisas de duas autoras, numa só obra, a respeito de uma só mulher: Anália Franco. Numa época em que as mulheres não tinham nenhuma participação social no Brasil e ainda pouquíssimas conquistas no mundo, em que a maioria era analfabeta, sem direito a voto e trabalho remunerado; num contexto em que negros eram considerados raça inferior, primeiro escravos e depois excluídos do projeto político de se fazer a nação brasileira; numa sociedade em que a religião hegemônica era o catolicismo conservador, essa educadora brasileira, espírita, lutou com unhas e dentes não apenas para ter sua participação garantida, mas para dar oportunidade de educação, desenvolvimento e trabalho para todas as mulheres, etnias e crianças. Uma luta igualitária, de quem acreditava na liberdade e pôs em prática um projeto de resgate da dignidade dos mais excluídos. Os dados recolhidos neste material evidenciam que Anália teve uma grandeza ímpar e contribuição luminosa nos tempos obscuros em que viveu.